Do deserto ao oásis
Às vezes me canso. Dias há nos quais nem consigo olhar para um jornal. E olha que sou viciado em notícias. Mas chega um ponto em que tenho algo como uma indigestão mental, por conta de tantas notícias ruins. Fico angustiado, inquieto. Guerra, fome, ameaça da volta da inflação, corrupção, pedofilia, isso só para citar algumas das péssimas notícias com as quais estamos lidando ultimamente.
Aliado a isso ainda tem aquelas notícias que não se recebe pela imprensa, mas que também devasta a alma: um casal amigo que se separa, um jovem amigo que morre estupidamente, uma pessoa próxima que vai embora, um outro que perde o emprego, e coisas do tipo.
A vida, em alguns momentos, parece ficar meio sem sentido. Alguém já disse que nascemos, sofremos e morremos. Viver é correr riscos o tempo todo e isso pode ser assustador. A dor é quase uma constante. Se não a sua própria, é a dor do outro que aflige quem tem o mínimo de sensibilidade.
O mundo parece oprimir e sobrecarregar as pessoas com seus sistemas iníquos, com a imposição da lei do mais forte, do mais belo, do mais rico, do mais inteligente, do mais religioso, do mais articulado, do mais esperto. Até a oração, quem diria, dizem que tem que ser uma oração “forte”. Ai de mim, então, que só tenho orações fracas, que clamam por misericórdia. A oração, em si, já é uma demonstração de fraqueza, e é por isso que ela nos fortalece.
Quando estou me sentindo arqueado, como um peregrino num deserto inóspito, com a boca seca e contemplando um mundo feio e sem cor é que escuto com mais nitidez as palavras ditas há dois milênios e que ecoam ainda hoje: “Venham a mim, vocês que estão cansados e sobrecarregados eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Aqui fica bem claro que a mensagem de Jesus é de leveza e descanso, em meio a um mundo opressor. Num mundo cheio de desgraça ele acena com um algo novo, uma boa notícia, a graça!
Graça é isso: leveza, descanso, alívio. A mensagem do Reino de Deus é cheia de graça. Quando compreendo isso consigo enxergar que o fato de no mundo haver tanta feiúra, isso não quer dizer que não haja também beleza. O fato de existirem seres humanos capazes das piores atrocidades, não anula o fato de existirem outros tantos capazes dos gestos mais grandiosos e belos. Apesar das tantas notícias ruins, existe uma notícia boa: o Reino de Deus já chegou e está próximo de nós e sua mensagem é cheia de graça e de verdade.
Num deserto de opressão, medo, desgraças e dores, é possível vislumbrar um oásis de justiça, paz e alegria, onde há leveza e descanso. E não se trata de uma miragem, mas da possibilidade real de ter um relacionamento com Deus, que nos faz mais humanos e cheios de esperança de que dias melhores virão. No meio do deserto, um convite para descansar num oásis. Para mim é assim que soam aquelas palavras de Jesus.
Márcio Rosa da Silva
Às vezes me canso. Dias há nos quais nem consigo olhar para um jornal. E olha que sou viciado em notícias. Mas chega um ponto em que tenho algo como uma indigestão mental, por conta de tantas notícias ruins. Fico angustiado, inquieto. Guerra, fome, ameaça da volta da inflação, corrupção, pedofilia, isso só para citar algumas das péssimas notícias com as quais estamos lidando ultimamente.
Aliado a isso ainda tem aquelas notícias que não se recebe pela imprensa, mas que também devasta a alma: um casal amigo que se separa, um jovem amigo que morre estupidamente, uma pessoa próxima que vai embora, um outro que perde o emprego, e coisas do tipo.
A vida, em alguns momentos, parece ficar meio sem sentido. Alguém já disse que nascemos, sofremos e morremos. Viver é correr riscos o tempo todo e isso pode ser assustador. A dor é quase uma constante. Se não a sua própria, é a dor do outro que aflige quem tem o mínimo de sensibilidade.
O mundo parece oprimir e sobrecarregar as pessoas com seus sistemas iníquos, com a imposição da lei do mais forte, do mais belo, do mais rico, do mais inteligente, do mais religioso, do mais articulado, do mais esperto. Até a oração, quem diria, dizem que tem que ser uma oração “forte”. Ai de mim, então, que só tenho orações fracas, que clamam por misericórdia. A oração, em si, já é uma demonstração de fraqueza, e é por isso que ela nos fortalece.
Quando estou me sentindo arqueado, como um peregrino num deserto inóspito, com a boca seca e contemplando um mundo feio e sem cor é que escuto com mais nitidez as palavras ditas há dois milênios e que ecoam ainda hoje: “Venham a mim, vocês que estão cansados e sobrecarregados eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Aqui fica bem claro que a mensagem de Jesus é de leveza e descanso, em meio a um mundo opressor. Num mundo cheio de desgraça ele acena com um algo novo, uma boa notícia, a graça!
Graça é isso: leveza, descanso, alívio. A mensagem do Reino de Deus é cheia de graça. Quando compreendo isso consigo enxergar que o fato de no mundo haver tanta feiúra, isso não quer dizer que não haja também beleza. O fato de existirem seres humanos capazes das piores atrocidades, não anula o fato de existirem outros tantos capazes dos gestos mais grandiosos e belos. Apesar das tantas notícias ruins, existe uma notícia boa: o Reino de Deus já chegou e está próximo de nós e sua mensagem é cheia de graça e de verdade.
Num deserto de opressão, medo, desgraças e dores, é possível vislumbrar um oásis de justiça, paz e alegria, onde há leveza e descanso. E não se trata de uma miragem, mas da possibilidade real de ter um relacionamento com Deus, que nos faz mais humanos e cheios de esperança de que dias melhores virão. No meio do deserto, um convite para descansar num oásis. Para mim é assim que soam aquelas palavras de Jesus.
Márcio Rosa da Silva
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